Quatro Dicas para Comunicar o Evangelho aos Católicos Romanos – Leonardo De Chirico

Para a maioria dos evangélicos em todo o mundo, a questão do catolicismo romano surge se e quando eles estão lidando com amigos, vizinhos, familiares ou colegas que são católicos romanos e com quem desejam compartilhar o evangelho. Seu interesse no catolicismo romano tem principalmente um impulso evangelístico, e não teológico. Eles querem saber “como” compartilhar o evangelho de maneira significativa, em vez de fazer perguntas sobre a natureza do sistema católico romano e como ele difere da fé evangélica. Isso é compreensível, visto que alguns buscam ajuda “prática” pronta para uso, em vez de buscar abordar o catolicismo romano como um todo integrado a ser cuidadosamente estudado. Claro, mesmo quando a preocupação inicial de alguém é testemunhar aos católicos romanos.

Aqui estão quatro dicas que podem ser de alguma ajuda para envolver os católicos romanos com o evangelho. Eles não são um processo de quatro etapas nem uma receita para o sucesso. São lições que aprendi ao longo dos anos ao compartilhar o evangelho com os católicos romanos.

Dica prática nº 1: não presuma ou confie em linguagem comum

Os católicos romanos compartilham muito do nosso vocabulário, mas o entendem de maneira diferente. Por exemplo, se você pensar em palavras como salvação, cruz, pecado e graça, eles são os mesmos termos que a Bíblia usa, mas os católicos romanos os entendem de maneira muito diferente. A salvação é pensada como um processo aberto onde nossas obras e os méritos que ganhamos são necessários para que ela seja recebida. A cruz é entendida mais como a eucaristia celebrada pelo sacerdote do que como o sacrifício de uma vez por todas de Jesus no Calvário. O pecado é visto mais como uma doença do que como morte espiritual. Nós poderíamos continuar e continuar. A questão é que as mesmas palavras têm significados diferentes.

Em vez de confiar em um suposto terreno comum (que é mais retórico do que real), deixe a Bíblia definir sua linguagem e conduzir sua conversa: envolva seus amigos católicos romanos na leitura da Bíblia, estudo da Bíblia e conversas sobre a Bíblia tanto quanto possível. Não se aproxime deles com uma atitude de “nós” versus “eles”, mas convide-os a serem expostos às Escrituras e orem para que o Espírito Santo abra seus corações.

Pode haver “medos” da Bíblia (lembre-se que a Bíblia era um livro proibido para católicos até 60 anos atrás) (1) e “ceticismo” em torno dela (absorvido por meio de leituras críticas modernas), mas a Palavra de Deus é poderosa para romper no coração das pessoas.

Dica prática nº 2: Esteja preparado para luta contra a natureza exclusiva do Evangelho

À medida que você lê ou compartilha as Escrituras com seus amigos católicos, todos os tipos de conversas interessantes surgirão. Normalmente, eles giram em torno das bordas perigosas do evangelho.

Por exemplo, os católicos romanos podem ter um grande respeito pela Bíblia, mas para eles ela não é a autoridade máxima. Quando confrontados com algo que a Bíblia diz que contradiz o que sua igreja ensina, eles preferem questionar a autoridade das Escrituras do que a autoridade da Igreja Romana. Além disso, os católicos romanos recomendam crer em Jesus, mas a fé em Cristo não é suficiente para ser salvo: algo mais precisa ser feito por homens e mulheres. Além disso, os católicos romanos geralmente mostram uma espécie de amor por Cristo, mas também contam com outros submediadores (por exemplo, Maria, os santos) que desviam a atenção Dele. Em outras palavras, o que está em jogo com eles é a rejeição dos princípios da fé bíblica somente da Escritura, somente da fé e somente de Cristo.

Dica prática nº 3: Esteja pronto para mostrar os elementos pessoais da vida cristã
Ao ler a Bíblia juntos, certifique-se de compartilhar como a Bíblia afeta sua vida. Em outras palavras, combine a leitura bíblica com seu testemunho pessoal. Esta etapa será muito útil porque incentivará seus amigos a se moverem:

  • Além da religião: os católicos romanos nominais tendem a separar a “vida normal” da religião. Certifique-se de mostrar cuidadosamente o impacto da Palavra na vida diária, por exemplo, experiência pessoal, trabalho, igreja e sociedade.
  • Além da tradição: os católicos romanos tendem a ver a religião como um conjunto de práticas a serem repetidas. Mostrar a centralidade da relação com Jesus que é o Senhor de toda a vida.
  • Além da divisão clero/leigos: Muitos católicos tendem a considerar a religião como uma responsabilidade do clero que os leigos não têm. Mostre o fato de que todos somos responsáveis ​​por nutrir nossa vida cristã em devoção e testemunho pessoal.

Dica prática nº 4: Esteja preparado para integrar o testemunho pessoal e a vida da igreja
O envolvimento na leitura da Bíblia e a demonstração do poder do evangelho na vida não podem ser limitados apenas à nossa vida individual. Convide outros amigos cristãos para a conversa para mostrar como o evangelho cria comunidades de seguidores de Jesus. Lembrar:

  • Acreditar e pertencer andam juntos. Os católicos romanos tendem a enfatizar o último em detrimento do primeiro. Mostre a realidade de que o evangelho forma uma nova comunidade (ou seja, a igreja). Convide-os à igreja para ver como é uma comunidade do evangelho.
  • A importância das ordenanças instituídas por Jesus Cristo para a igreja, principalmente a ceia do Senhor. Os católicos não estão acostumados a “escutar” como sua principal forma de receber uma mensagem; sua mentalidade religiosa é moldada para ver e experimentar através dos outros sentidos (por exemplo, visão, tato, paladar) e no contexto da comunidade. Os cultos de sua igreja local são ferramentas evangelísticas maravilhosas para convidar seus amigos para ver e experimentar.

Cada conversão a Cristo é um milagre. Ao comunicar o evangelho a seus amigos católicos romanos, ore para que Deus mova seus corações para abri-los para ver a verdade do evangelho e responder à sua mensagem em obediência e fé.

(1) NOTA DO TRADUTOR: De Chirico diz que “A Bíblia era um livro proibido” até o Concílio Vaticano II (que começou há 60 anos) mas isso é no sentido de que até essa data a interpretação da Bíblia era autorizada somente ao clero , sendo que a Bíblia nesse sentido era vista como algo “perigoso” ao crente comum sem o apoio do Magistério.

Tradução: Armando Marcos

FONTE: https://vaticanfiles.org/en/2023/02/210/