A Pior Consequência de Faltar à Igreja – Tim Challies

Tim Challies
Somos uma cultura de conveniências, de personalizações e do individualismo. Arranjamos milhões de jeitos de customizar nossas vidas para que elas se encaixem perfeitamente em todas as nossas preferências. Quando as coisas estão difíceis, tendemos a pensar logo em afastar as responsabilidades e reorientar nossas vidas longe de qualquer que sejam as causas da inconveniência. Isso pode até mesmo se estender para algo tão bom e tão central como nosso comprometimento com a igreja local.

Todos aqueles que estão envolvidos nas igrejas locais já observaram pessoas vacilarem e vagarem em seus comprometimentos. A maioria de nós já teve que chamar e argumentar uma e outra pessoa para que voltasse à comunhão e aos serviços de adoração. Quando fazemos isso, constantemente apelamos para o texto “clássico” desse assunto , Hebreus 10:24-25. Insistimos que aqueles que negligenciam participar em uma igreja local encontrarão tentação espiritual, declínio espiritual, e até mesmo morte espiritual. Mas, mesmo tudo isso sendo verdade, essa não é a enfase desta passagem. De fato, quando  usamos essa passagem de Hebreus desse jeito, não estamos mostrando a urgência divina do texto, mas sim nosso próprio individualismo profundamente enraizado.
O principal pecado em faltar a igreja nesse texto é o pecado de falhar em amar os outros. Aqui é o que Hebreus 10:24-25 diz: “E consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia.” Essa passagem, de fato, alerta da séria consequência em faltar a igreja, mas o foco não é o que nós podemos esperar dela, através do nosso olhos individualizados ocidentais. Essa passagem não nos alerta que quando faltamos da igreja nós nos colocamos em risco. Ao invés disso, nos alerta que quando faltamos a igreja colocamos outras pessoas em risco. O primeiro pecado de faltar a igreja é o pecado de falhar em amar os outros.
Se reunir com o povo de Deus não é primariamente ser abençoado, mas sim ser uma benção. Não é primeiro sobre ganhar, mas sobre dar. Quando nos preparamos para a adoração no domingo pela manhã, nossa primeira consideração deveria ser “como posso incentivar os outros ao amor e às boas obras.” Devemos nos aproximar do domingo deliberadamente desejosos em fazer o bem para os outros, em ser uma benção para eles. Nestes tempos em que sentimos nosso zelo diminuindo, quando sentimos a tentação em faltar em um domingo ou retirar-nos completamente, devemos considerar a nossa responsabilidade dada por Deus para encorajar-nos “uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia.” Esse texto não é sobre nós, mas sobre eles. Esse texto não é para indivíduos cristãos mas para comunidades cristãs.
E, é claro, nosso comprometimento para a igreja local é bem mais do que o comprometimento com o serviços de domingo de manhã. É um comprometimento com outras pessoas através de toda a vida. É um comprometimento para adorar com elas uma ou duas vezes por semana, e também para o companheirismo com elas. É orar por elas através da semana. É comprometimento em um pacto no qual nos fiamos a fazer o bem para elas, para fazer delas o objeto especial da nossa atenção e encorajamento. É prometer que vamos identificar e entregar nossos dons espirituais para o benefícios delas para que possamos servir elas, fortalecer elas e abençoar elas.

Todo cristão tem um lugar dentro da igreja local. Todo cristão é necessário dentro da igreja local. Todo cristão tem responsabilidades dentro da igreja local. Todo cristão se compromete  com os membros de uma igreja local para amar eles, suportar eles, e incentivar cada um em seu zelo até o dia do retorno de Cristo.

FONTEhttps://www.challies.com/articles/the-worst-consequence-of-skipping-church/

Tradução Douglas Moura

Revisão: Armando Marcos