Falece R.C.Sproul (1939-2017)

Faleceu essa tarde dia 14, na Flórida, nos EUA, segundo informações do ministério Ligonier Ministries​, o reverendo Robert Charles Sproul , mais conhecido como R.C.Sproul.

Orem pela família Sproul. O Projeto Castelo Forte lamenta e se gloria no Senhor pela vida e obra desse heroi da Fé e Pai da Igreja no século XX

Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1Co 15:55)
“Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos” (Sl 116:15)
tendo Davi no seu tempo servido conforme a vontade de Deus, dormiu, foi posto junto de seus pais e viu a corrupção (Atos )

Dr. Sproul serviu como co-pastor na capela de Saint Andrew, uma congregação em Sanford, Florida. Foi ordenado como um ancião na Igreja Presbiteriana Unida nos EUA em 1965, mas deixou essa denominação por volta de 1975 e se juntou à Igreja Presbiteriana na América. Ele também é membro do Conselho da Alliance of Confessing Evangelicals.
Sproul tem sido um fervoroso defensor do calvinismo em suas muitas publicações impressas, de áudio e vídeo. Um tema dominante em muitas das lições de Renewing Your Mind de Sproul é a santidade e a soberania de Deus.
Sproul, um crítico da Igreja Católica Romana e da teologia católica, denunciou o documento ecumênico de 1994 Evangelicals and Catholics Together.

“Você pode sofrer por mim na semana anterior à minha morte, se eu estiver com medo e machucado, mas quando eu suspirar com aquela última respiração fugaz e minha alma imortal fugir para o Céu, eu estarei pulando sobre hidrantes nas ruas douradas e minha maior preocupação, se eu tiver alguma, será minha esposa aqui na Terra sofrendo. Quando eu morrer, eu serei identificado com a exaltação de Cristo. Mas agora sou identificado com Sua aflição.”
– R.C. Sproul

Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
2 Timóteo:4:7

Esboços da História da Igreja – Capítulo 9 – As últimas perseguições antes de Constantino. (261-313 dC)

Esboços da Historia da Igreja

J.C.Robertson

 

Valeriano, que havia tratado os cristãos tão cruelmente, chegou a um final miserável. Ele conduziu seu exército para a Pérsia, onde foi derrotado e feito prisioneiro. Foi mantido por algum tempo em cativeiro; e conta-se que ele costumava ser conduzido carregado de correntes, mas com as vestes roxas de um imperador jogadas sobre ele, para que os persas pudessem zombar de seus infortúnios. E quando morreu pelos efeitos da vergonha e do sofrimento, diz-se que a pele dele estava cheia de palha e era mantida num templo, como lembrança do triunfo que os persas tiveram sobre os romanos, cujo orgulho nunca tinha sido tão humilhado antes.

Quando Valeriano foi tomado como prisioneiro, seu filho Galiano tornou-se imperador (261 dC). Galiano editou uma lei pela qual os cristãos, pela primeira vez, conseguiram a liberdade de servir a Deus sem o risco de serem perseguidos. Podemos pensar que ele foi um bom imperador por fazer tal lei; mas ele realmente não merece muito crédito por isso, já que parece ter feito isso simplesmente porque não se importava muito com sua própria religião ou com qualquer outra. Continue lendo

Os Três Pilares de Uma Igreja Verdadeira – Juan Rojas

Citar

Juan Rojas

De acordo com os diferentes lugares e culturas onde se plantaram as primeiras igrejas, cada uma delas no Novo Testamento teve suas peculiaridades. A igreja de Corinto, por exemplo, não era igual a igreja de Éfeso, nem a de Roma. De certo que cada uma variava em detalhes de importância secundária, como o tempo de duração da reunião, o tamanho do local onde se reuniam, a quantidade de colaboradores (diáconos) etc. As Epístolas também nos deixam claro que cada congregação necessitava de uma ênfase de ensino em diferentes épocas de sua vida. Mas o que não deixa margem para dúvidas é que o Novo Testamento dita o modelo de uma igreja verdadeira. Continue lendo

Como Meditar na Paixão de Cristo – Sermão – Lutero

Como Meditar na Paixão de Cristo

Por Martinho Lutero,

Monge agostiniano e reformador

Em 1519

COMPRE NA AMAZON (o lucro das vendas ajuda na manutenção do Projeto)

 

  1. Formas equivocada de meditar na paixão de Cristo

Algumas pessoas meditam na paixão de Cristo e se iram com os judeus. Cantam e falam muito sobre Judas. Só fazem o de sempre. Gostam de se queixar dos demais. Passam todo seu tempo condenando seus inimigos. Suponho que esse é um tipo de meditação, mas não é uma meditação sobre o sofrimento de Cristo, antes, somente uma meditação sobre a maldade dos judeus e de Judas.

Outras pessoas gostam de falar do beneficio de meditar na paixão de Cristo mas não entendem do que isso se trata. Algo que Alberto[1] disse pode ser muito enganoso: Pensar na Paixão é melhor do que jejuar o ano todo e rezar os salmos todos os dias. Alguns cegamente o seguem, e tomam seu comentário no sentido literal, e logo atuam contrariamente à Paixão de Cristo. Só buscam seus próprios interesses, tratando de evitar fazer outras coisas. De forma supersticiosa, se adornam com imagens e livretos, cartas e crucifixos. Outros até imaginam que fazendo essas coisas estão protegendo-se contra afogamentos, queimaduras, contra a espada e toda classe de perigos. Tratam de usar os sofrimentos de Cristo para evitar que algum sofrimento venha sobre suas vidas, o qual, óbvio, é totalmente contrário a como a vida é na realidade.

Continue lendo

Menos é mais: Martinho Lutero sobre a vida cristã – Carl Trueman

Uma das coisas impressionantes da visão de Martinho Lutero sobre a vida cristã é a sua absoluta simplicidade. Ao se opor a piedade medieval, com suas múltiplas ordens sagradas, suas penitências e peregrinações, Lutero apresentou um Cristianismo para todos. E contra o pano de fundo da sua própria psicologia complicada e escrupulosa, ele descobriu a paz que vem direto da suficiente ação salvadora de Deus no Cristo crucificado. Se Agostinho libertou a igreja da piedade auto-martirizante de Pelágio, Lutero a libertou de séculos de complicações ofuscantes.

Veja sua compreensão das fontes da salvação, por exemplo: Cristo ofertado na Palavra pregada, Cristo ofertado no batismo e na Ceia do Senhor. Ouvir, lavar e comer: três das atividades humanas mais básicas e cotidianas que não exigem nenhum talento especial. Atividades que transcendem todas as categorias humanas das quais nos importamos em criar para tornar as coisas mais complicadas, seja com base na idade, classe, etnia, etc.

Uma vida cristã fundamentada nas simples ferramentas estabelecidas nas Escrituras pode muito bem rebater a estética de um mundo em detrimento do espetacular e inovador, mas, no entanto, surge de um dos aspectos mais poderosamente graciosos do ensino bíblico na salvação: Deus não faz acepção de pessoas. Lutero viu isso claramente: Deus considera a humanidade como os que estão “fora de Cristo” e sujeitos às penalidades da Lei, ou os que estão “em Cristo” e, portanto, se beneficiam de Sua pessoa e trabalho. A questão-chave para os cristãos – e, portanto, para os que estão no ministério pastoral – era simplesmente de como alguém pode se unir a Cristo.

Para Lutero, a resposta era simples: pela fé agarrando-se na promessa de Cristo oferecida em sua Palavra e sacramentos. Assim, o chamado do ministério foi moldado de forma mais profunda pelo fato de que que eram essas as ferramentas que precisam ser usadas. E a vida individual de cada cristão é moldada do mesmo jeito significativo ao darmos a devida atenção para essas duas coisas. Ao passar pelo prumo da simplicidade e objetividade neste ponto, todo o resto é revelado como uma simples confusão – uma bagunça que escurece ou distrai da coisa real.

Ler Lutero pode ser muito libertador. Muitas pessoas que lutam sob o peso de seu próprio pecado e de suas próprias tentativas de alcançar a Deus, foram libertas pelo seu discernimento de que o evangelho é a boa notícia do que Deus fez por nós, e não do que nos exige que façamos para Ele.

Continue lendo

Esboços da História da Igreja – Capítulo 8 – Cipriano – PARTE II (253-257 d.C.)

Esboços da Historia da Igreja

J.C.Robertson

Capítulo 8 – Cipriano PARTE 2 (253-257 d.C.)

CONFIRA A PARTE 1 AQUI

império e levou à morte um grande número de pessoas. Muitos dos pagãos pensaram que a praga tinha sido enviada por seus deuses para puni-los por permitir que os cristãos vivessem; e as multidões das cidades ficaram raivosamente contra os cristãos, matando alguns deles e machucando-os de outras maneiras.

Mas, em vez de retribuir o mal com o mal, os cristãos mostravam o espírito de amor que eles aprenderam de seu Senhor e Mestre; e não havia lugar onde isso fosse mais notável do que em Cartago. Os pagãos estavam tão aterrorizados com a praga que eles pareciam ter perdido todo sentimento natural e quase estavam fora de seus sentidos. Quando seus amigos ficavam doentes, eles os deixavam para morrer sem nenhum cuidado; quando eles estavam mortos, expulsavam seus corpos para a rua, e os corpos que jaziam insepultos eram não só chocante para o olhar, mas fazia o ar insalubre, de modo que havia muito mais perigo da praga do que antes. Mas enquanto os pagãos estavam se comportando dessa maneira, e cada um deles pensava apenas em si mesmo, Cipriano convocou os cristãos de Cartago para que eles agissem de forma muito diferente. “Não seria de admirar”, disse ele, “se atendêssemos aos nossos amigos; mas Cristo, nosso Senhor, nos impõe também fazer o bem aos pagãos e publicanos, e a amar nossos inimigos. Ele orou por aqueles que o perseguiram, e se nós somos seus discípulos, devemos fazê-lo também.” E então Cripriano passou a designar o povo em qual parte cada um deles deveria ocupar no trabalho de caridade. Aqueles que tinham dinheiro deveriam dar, e deveriam fazer além disso outros atos de bondade que pudessem além. Os pobres, que não tinham prata ou ouro de sobra, deveriam entregar seu trabalho em um espírito de amor. Então, todas as classes definiram suas tarefas de bom grado, e eles cuidaram dos doentes e enterraram os mortos, sem perguntar se eles eram cristãos ou não.

Quando os pagãos viram esses atos de amor, muitos deles foram levados a pensar sobre o motivo dos cristãos fazerem isso, e como eles eram tão gentis para pessoas pobres e velhas, para viúvas, órfãos e escravos; e como eles estavam sempre prontos para arrecadar dinheiro para comprar a liberdade dos cativos, ou para ajudar seus irmãos que estavam em qualquer tipo de problema. E, pensando e perguntando o que levou os cristãos a fazerem tais coisas, que eles mesmos nunca teriam pensado, muitos dos pagãos foram levados a ver que o Evangelho era a verdadeira religião, e abandonaram seus ídolos para seguirem Cristo.

Depois disso, Cipriano teve um desacordo com Estêvão, bispo de Roma. Roma era a maior cidade do mundo e a capital do império. Haviam muitos cristãos, mesmo no tempo dos Apóstolos, e, à medida que os anos passavam, a Igreja de Roma crescia cada vez mais, de modo que era a maior e mais importante de todas as igrejas. Agora, os bispos que estavam à frente desta grande igreja foram naturalmente considerados os principais dos bispos, e tinham mais poder do que qualquer outro, de modo que se um homem orgulhoso obtivesse o bispado de Roma, era provável que ele pudesse tentar colocar-se acima de seus irmãos, e estabelecer lei para eles. Estêvão era, infelizmente, um homem desse tipo, e ele cedeu à tentação, e tentou dominar outros bispos e suas igrejas. Mas Cipriano foi contra ele e fez com que ele percebesse que o bispo de Roma não tinha o direito de dar leis a outros bispos ou se meter com as igrejas de outros países. Ele mostrou que, embora Pedro (de quem Estêvão fingia que os bispos de Roma receberam poder sobre os outros) foi o primeiro dos Apóstolos, ele não era de uma classe ou ordem superior ao resto; e, portanto, que, embora os bispos romanos fossem os primeiros, os outros bispos eram iguais e receberam uma participação igual no ministério cristão. Então, Estêvão não conseguiu obter o poder que desejava em relação a outras igrejas, e, depois de sua morte, Cartago e Roma ficaram novamente em paz.

FONTE: https://www.ccel.org/ccel/robertson/history.html 

TRADUÇÃO: Douglas Moura

revisão: Plábyo Geanine

edição: Armando Marcos

 

Esboços da História da Igreja – Capítulo 8 – Cipriano – PARTE I (250-253 d.C.)

Esboços da Historia da Igreja

J.C.Robertson

Capítulo 8 – Cipriano PARTE I (250-253 d.C.)

 

 

Aproximadamente na época de Orígenes viveu Cipriano, bispo de Cartago. Ele nasceu no ano 200, e foi conhecido como professor de paganismo antes de ser convertido aos 45 anos. Ele desistiu de ser chamado de mestre e – como os primeiros cristãos em Jerusalém (Atos 4.34f) – vendeu uma bela casa e jardins que possuía perto de Cartago e deu o preço com uma grande parte de seu dinheiro próprio para os pobres. Ele se tornou um dos clérigos de Cartago, e quando o bispo morreu, cerca de três anos depois, Cipriano era tão amado e respeitado que ele foi escolhido em seu lugar (248 d.C.). Continue lendo

Quem Precisa do Evangelho? (Sermão – C.H.Spurgeon)

nº1345

Pregado no Domingo, 25 de março de 1877
por Charles Haddon Spurgeon

No Tabernáculo Metropolitano, Newgton, Inglaterra

“Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.” Marcos 2:17


“Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.” Romanos 5:6


“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” Romanos 5:8


“palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.” I Timoteo 1:15

 

 

Na noite de quinta-feira passada, com considerável dificuldade, vim aqui para pregar o evangelho de Jesus Cristo e usei em minha pregação alguns dos mais claros textos que se possa imaginar, repletos dos mais simples elementos do Evangelho. Em poucos minutos o sermão produziu uma colheita. A congregação era escassa devido ao mal tempo, e vocês não esperavam que seu pastor pudesse pregar. Porém, apesar de todas as circunstâncias, três pessoas passaram à frente sem que ninguém requisitasse isso delas para dar testemunho de que haviam encontrado a paz com Deus. Se o número de pessoas era maior, eu não sei. Contudo essas três buscaram aos irmãos e confessaram de maneira sincera e de todo coração o feito bendito de que, pela primeira vez em suas vidas, tinham entendido o plano de salvação. Então me pareceu que se um tema tão descomplicado como o Evangelho foi de tão repentino proveito, eu deveria sujeitar-me de novo à temas deste tipo.

 

Se um agricultor descobre que algum determinado tipo de semente tem resultado tão eficaz que produz uma colheita tal como nunca antes ele obteve, certamente ele usará de novo essa semente e semeará mais dela. Esses processos eficazes de produção agrícola devem se manter e ser usados em maior escala. Por isso, nesta manhã, irei pregar o simples A B C do Evangelho; os primeiros rudimentos da arte da salvação, e dou graças a Deus por que isto não será novo para mim. Que Deus o Espírito Santo, em respostas as orações de vocês, nos conceda no dia de hoje uma recompensa na mesma proporção da quinta feira passada, e se é assim, nosso coração ficará muito feliz.

 

De um abundante número de textos, eu selecionei os quatro mencionados acima para proclamar a verdade de que a missão de Nosso Senhor estava relacionada com os pecadores. Para que veio Cristo ao mundo? Para quem veio? Estas são perguntas muito importantes e as Escrituras tem as claras respostas. Quando os filhos de Israel encontraram pela primeira vez o Maná fora do acampamento, disseram um aos outros: “Maná? O que é isto?”, porque não sabiam o que aquilo era. Lá estava aquela pequena e redonda substância, tão diminuta como a geada. Não há duvida de que olharam o Maná , pegaram nele, o tocaram com suas mãos, cheiraram ele, e como se alegraram quando Moises disse-lhes: ” É o pão que Jeová dá para vocês comerem”. Não passou muito tempo antes que pudessem provar essa boa nova, pois cada homem recolheu uma medida completa, e levou para sua casa, e a preparou a seu gosto. Continue lendo

Esboços da História da Igreja – Capítulo 7 – Orígenes (185-254 d.C.)

Esboços da Historia da Igreja

J.C.Robertson

Capítulo VII: Orígenes (185-254 d.C.)

 

A mesma perseguição que Perpétua e seus companheiros sofreram em Cartago também atingiu a cidade de Alexandria no Egito, onde um homem erudito chamado Leônidas foi um dos mártires (202 d.C.). Leônidas tinha um filho chamado Orígenes, a quem tinha criado com muito cuidado e ensinou todos os dias a guardar a Palavra no coração. Orígenes estava muito ansioso para aprender, e era tão bom e tão inteligente, que seu pai tinha medo de demonstrar o quanto o amava e quão orgulhoso se sentia do filho, para que o menino não se tornasse confiante e convencido demais. Então, quando Orígenes fazia perguntas do tipo que somente alguns meninos pensariam perguntar, seu pai costumava castigá-lo, mas quando dormia, Leônidas ficava ao lado da sua cama e o beijava, agradecendo a Deus por lhe ter dado uma criança assim. Continue lendo

Esboços da História da Igreja – Capítulo 6 – Tertuliano e Perpétua (181-206 d.C)

Esboços da Historia da Igreja

J.C.Robertson

Capítulo VI – Tertuliano e Perpétua (181-206 d.C)

 

O Imperador Marco Aurélio morreu no ano 181, e a Igreja foi pouco perturbada pela perseguição durante os próximos vinte anos.

Por volta desse tempo, um falso mestre chamado Montano fez muito barulho no mundo. Ele nasceu na Frígia, e parece ter ficado louco. Ele costumava cair em ataques e, enquanto estava neles, proferia palavras irracionais que foram tomadas como profecias, ou mensagens do céu, e algumas mulheres que o seguiam fingiram ser profetisas. Essas pessoas ensinavam um modo de vida muito rígido e muitas pessoas que desejavam levar vidas santas foram enganadas e seguiram seus ensinamentos. Um deles foi Tertuliano, de Cartago, na África, um homem muito inteligente e culto, que havia sido convertido do paganismo e escrito alguns livros em defesa do Evangelho, mas tinha um temperamento orgulhoso e impaciente, e não considerou corretamente como nosso próprio Senhor havia dito que sempre haveria uma mistura de maldade com o bem em Sua Igreja na Terra (Mateus 13.38,48). E quando Montano fingiu criar uma nova igreja, na qual não deveria haver senão pessoas boas e santas, Tertuliano caiu no laço e deixou a verdadeira Igreja para se juntar aos Montanistas (como os seguidores de Montano eram chamados). Desde então, escreveu muito amargamente contra a Igreja. Porém, continuou a defender o Evangelho em seus livros contra judeus e pagãos, e todos os tipos de falsos professores, exceto Montano. Quando Tertuliano morreu, suas boas ações foram lembradas mais do que a sua queda, de modo que, com todas as suas faltas, seu nome sempre foi respeitado. Continue lendo

Esboços da História da Igreja – Capítulo 5 -Os Mártires Franceses do Século II

Esboços da Historia da Igreja

J.C.Robertson

Capítulo 5 – Os Mártires Franceses do Século II (177 d.C.)

Muitos outros mártires sofreram em várias partes do império sob o reinado de Marco Aurélio. Entre os mais famosos, estão os mártires de Lyon e Vienne, no sul da França (ou Gália, como era chamada na época), onde uma companhia de missionários da Ásia Menor se instalou com um bispo chamado Pontino como seu líder.

A perseguição em Lyon e Vienne foi iniciada pela multidão dessas cidades, que insultavam os cristãos nas ruas, invadiam suas casas e cometiam outros atentados contra eles. Em seguida, um grande número de cristãos foram apreendidos e presos em masmorras horríveis, onde muitos morreram por falta de comida, ou por causa do ar ruim e prejudicial. O bispo Pontino, que tinha noventa anos de idade e há muito tempo estava doente, foi levado perante o governador, e interrogado: “Quem é o Deus dos cristãos?” Pontino viu que o governador não perguntou isso com uma boa intenção; então respondeu: “Se você for digno, você saberá”. O bispo, velho e fraco, foi arrastado pelos soldados, e a multidão que conseguia alcançá-lo dava-lhe golpes e chutes, enquanto outros que estavam mais afastados jogavam coisas nele; depois dessa crueldade, ele foi colocado na prisão, morrendo dois dias depois. Continue lendo

Esboços da História da Igreja – CAPÍTULO 4: POLICARPO DE ESMIRNA (século II)

Esboços da Historia da Igreja

J.C.Robertson

CAPÍTULO IV: POLICARPO DE ESMIRNA (166 d.C.)

 

Policarpo, bispo de Esmirna, foi condenado à morte na mesma ocasião que Justino o Mártir. Era um homem muito idoso, havia quase noventa anos desde que havia sido convertido do paganismo. Conheceu o Apóstolo João, que deve ter colocado Policarpo como bispo de Esmirna. Policarpo tinha sido amigo de Inácio, que, como vimos, sofreu o martírio cinquenta anos antes. Por todas essas coisas, e devido a seu caráter sábio e santo, foi considerado um pai por todas as igrejas, e seu conselhos moderados, por vezes, acabou com as diferenças de opiniões que, sem ele, poderiam se transformar em brigas duradouras. Continue lendo

Esboços da História da Igreja – CAPÍTULO 3: JUSTINO MÁRTIR (século II)

Esboços da Historia da Igreja

J.C.Robertson

CAPÍTULO III: JUSTINO MÁRTIR (século II)

Embora Trajano não tenha sido amigo do Evangelho, e tenha matado Inácio, promulgou uma lei que deve ter sido um grande alívio para os cristãos. Até então, eles podiam ser perseguidos e qualquer um poderia informar algo contra eles. Mas Trajano ordenou que não fossem procurados, embora, se fossem descobertos e recusassem desistir de sua fé, deveriam ser punidos. O próximo imperador, cujo nome era Adriano (117-138 d.C.) fez algo para melhorar a condição deles; mas ainda era uma época perigosa. Não obstante as novas leis, qualquer governador de um país que não gostasse dos cristãos, tinha o poder de persegui-los cruelmente. E as pessoas comuns entre os pagãos ainda acreditavam nas horríveis histórias de matar crianças e comer carne humana. Se houvesse uma fome ou uma praga, se o rio Tibre, que atravessa Roma, subisse acima do habitual e fizesse danos aos edifícios vizinhos, ou se os exércitos do imperador fossem derrotados na guerra, a culpa de tudo isso era colocada sobre os cristãos. Dizia-se que todas essas coisas eram julgamentos dos deuses, que estavam bravos porque os cristãos tinham permissão para viver. E nos jogos públicos, como aqueles em que Inácio foi morto, o povo gritava: “Lancem os cristãos aos leões! Fora os ímpios ateus! “Pois, como os cristãos eram obrigados a manter sua adoração secretamente, e não tinham imagens como as dos deuses pagãos, e não ofereciam sacrifícios de animais, como faziam os pagãos, pensava-se que eles não tinham Deus, já que os pagãos não poderiam pensar em um Deus que é espírito e que não deve ser adorado sob nenhuma forma corporal. Foi, portanto, um grande alívio, quando o Imperador Antonino Pio (138 a 161 DC), que era um homem amável e gentil, ordenou que governadores e magistrados não deixassem se levar por tais clamores e que os cristãos não deveriam mais ser punidos apenas por sua religião, a menos que eles tivessem sido encontrados realizando algum crime. Continue lendo

Esboços da História da Igreja – CAPÍTULO 2: INÁCIO DE ANTIOQUIA (116 dC)

Esboços da Historia da Igreja

J.C.Robertson

CAPÍTULO II: INÁCIO DE ANTIOQUIA (116 dC)

Quando nosso Senhor subiu ao céu, deixou o governo de Sua Igreja aos Apóstolos. É nos dito que durante os quarenta dias entre a Sua ressurreição e a Sua ascensão, Ele deu mandamentos aos Apóstolos e falou sobre as coisas que pertencem ao reino de Deus (Atos 2:2). Assim, eles sabiam o que deveriam fazer quando seu Mestre não estivesse mais com eles. Uma das primeiras coisas que fizeram, mesmo sem esperar até que a promessa dEle de enviar o Espírito Santo fosse cumprida, foi escolher Matias no lugar que havia sido deixado vazio pela queda do traidor Judas (Atos 1. 15-26). Continue lendo