Esboços da História da Igreja – Capítulo 8 – Cipriano – PARTE II (253-257 d.C.)

Esboços da Historia da Igreja

J.C.Robertson

Capítulo 8 – Cipriano PARTE 2 (253-257 d.C.)

CONFIRA A PARTE 1 AQUI

império e levou à morte um grande número de pessoas. Muitos dos pagãos pensaram que a praga tinha sido enviada por seus deuses para puni-los por permitir que os cristãos vivessem; e as multidões das cidades ficaram raivosamente contra os cristãos, matando alguns deles e machucando-os de outras maneiras.

Mas, em vez de retribuir o mal com o mal, os cristãos mostravam o espírito de amor que eles aprenderam de seu Senhor e Mestre; e não havia lugar onde isso fosse mais notável do que em Cartago. Os pagãos estavam tão aterrorizados com a praga que eles pareciam ter perdido todo sentimento natural e quase estavam fora de seus sentidos. Quando seus amigos ficavam doentes, eles os deixavam para morrer sem nenhum cuidado; quando eles estavam mortos, expulsavam seus corpos para a rua, e os corpos que jaziam insepultos eram não só chocante para o olhar, mas fazia o ar insalubre, de modo que havia muito mais perigo da praga do que antes. Mas enquanto os pagãos estavam se comportando dessa maneira, e cada um deles pensava apenas em si mesmo, Cipriano convocou os cristãos de Cartago para que eles agissem de forma muito diferente. “Não seria de admirar”, disse ele, “se atendêssemos aos nossos amigos; mas Cristo, nosso Senhor, nos impõe também fazer o bem aos pagãos e publicanos, e a amar nossos inimigos. Ele orou por aqueles que o perseguiram, e se nós somos seus discípulos, devemos fazê-lo também.” E então Cripriano passou a designar o povo em qual parte cada um deles deveria ocupar no trabalho de caridade. Aqueles que tinham dinheiro deveriam dar, e deveriam fazer além disso outros atos de bondade que pudessem além. Os pobres, que não tinham prata ou ouro de sobra, deveriam entregar seu trabalho em um espírito de amor. Então, todas as classes definiram suas tarefas de bom grado, e eles cuidaram dos doentes e enterraram os mortos, sem perguntar se eles eram cristãos ou não.

Quando os pagãos viram esses atos de amor, muitos deles foram levados a pensar sobre o motivo dos cristãos fazerem isso, e como eles eram tão gentis para pessoas pobres e velhas, para viúvas, órfãos e escravos; e como eles estavam sempre prontos para arrecadar dinheiro para comprar a liberdade dos cativos, ou para ajudar seus irmãos que estavam em qualquer tipo de problema. E, pensando e perguntando o que levou os cristãos a fazerem tais coisas, que eles mesmos nunca teriam pensado, muitos dos pagãos foram levados a ver que o Evangelho era a verdadeira religião, e abandonaram seus ídolos para seguirem Cristo.

Depois disso, Cipriano teve um desacordo com Estêvão, bispo de Roma. Roma era a maior cidade do mundo e a capital do império. Haviam muitos cristãos, mesmo no tempo dos Apóstolos, e, à medida que os anos passavam, a Igreja de Roma crescia cada vez mais, de modo que era a maior e mais importante de todas as igrejas. Agora, os bispos que estavam à frente desta grande igreja foram naturalmente considerados os principais dos bispos, e tinham mais poder do que qualquer outro, de modo que se um homem orgulhoso obtivesse o bispado de Roma, era provável que ele pudesse tentar colocar-se acima de seus irmãos, e estabelecer lei para eles. Estêvão era, infelizmente, um homem desse tipo, e ele cedeu à tentação, e tentou dominar outros bispos e suas igrejas. Mas Cipriano foi contra ele e fez com que ele percebesse que o bispo de Roma não tinha o direito de dar leis a outros bispos ou se meter com as igrejas de outros países. Ele mostrou que, embora Pedro (de quem Estêvão fingia que os bispos de Roma receberam poder sobre os outros) foi o primeiro dos Apóstolos, ele não era de uma classe ou ordem superior ao resto; e, portanto, que, embora os bispos romanos fossem os primeiros, os outros bispos eram iguais e receberam uma participação igual no ministério cristão. Então, Estêvão não conseguiu obter o poder que desejava em relação a outras igrejas, e, depois de sua morte, Cartago e Roma ficaram novamente em paz.

FONTE: https://www.ccel.org/ccel/robertson/history.html 

TRADUÇÃO: Douglas Moura

revisão: Plábyo Geanine

edição: Armando Marcos