O Pai das Luzes – O PRIMEIRO sermão pregado por Spurgeon em Londres

APRESENTAÇÃO E CONTEXTO HISTÓRICO

Armando Marcos, criador de Projeto Spurgeon e Projeto Castelo Forte

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Em 1853, após dois anos sua conversão, o jovem Charles Haddon Spurgeon, com apenas 19 anos, já atuava como ministro na capela batista de Waterbeach, ao norte de Cambridge. Nesse tempo, mesmo sem ter ingressado no seminário, como num primeiro foi sua intenção, o ministério de Spurgeon já era aprovado por Deus pelo impacto da pregação e pelo número de conversões e trabalho piedoso entre a população local.

Em novembro de 1853, Spurgeon foi convidado para uma palestra em uma reunião especial pelo aniversário da União das Escolas Dominicais de Cambridge. A princípio seria apenas mais uma reunião se não fosse o fato de estar presente nesse evento um diácono batista chamado George Gould, que ficou muito impressionado com a pregação do jovem ministro. Em visita a Londres, Gould comentou sobre o jovem pregador com um amigo seu, diácono Thomas Olney.

Olney era o principal diácono da Capela Batista de New Park Street, uma Congregação batista localizada ao Sul de Londres, em um local com péssima localização perto do Rio Tamisa junto a uma ponte que cobrava pedágio para sua passagem, com capacidade para 1200 pessoas em um prédio que fora comprado por conta do baixo preço, e que mesmo tendo sido uma congregação de renome entre os batistas, por ser um das mais antigas em atividade na Inglaterra (foi fundada em 1650) e ter sido a congregação onde atuaram lideres batsitas importantes como Benjamim Keach (um dos que elaboraram a confissão de fé batista de 1689), John Gill , famoso teólogo calvinista, e John Rippon, um famoso compositor de hinos ingleses, nessa ocasião estava sem pastor desde junho devido a renúncia do último a ocupar o posto , William Walter. Olney e a direção da Capela já tinham desde então convidado vários pastores para pregar em vista de um novo pastor, mas até o momento nenhum tinha sido satisfatório.

Spurgeon então foi convidado para um “teste” por Olney, e chegou em Londres pela primeira vez em dezembro de 1853. Spurgeon em um primeiro momento ficou chocado com a cidade grande, afinal ele foi sempre do interior, e não gostou muito da cidade, das ruas cheias, fétidas e do ar poluído da Londres em plena Revolução Industrial. Mas isso mudou após sua primeira pregação no domingo, 18 de dezembro de 1853.

Nessa manhã Spurgeon pregou esse sermão que você lerá em seguida, baseado na epistola de Tiago. Pregou como pregava em Waterbeach para um público de 80 pessoas apenas. Porém esse sermão impactou a pequena congregação de tal forma que os que o ouviram convidaram muitos outros para ouvirem a segunda pregação da noite. Após esse dia, Spurgeon foi convidado para pregar outras vezes em janeiro de 1854, e após alguns meses foi convidado para ser pastor titular, sendo eleito em Abril pastor titular com quase 95% dos votos da congregação efetiva de pouco mais de 300 membros. A membresia da igreja cresceria imensamente, e a partir de 1855 os sermões pregados começaram a ser impressos e distribuídos a preços baixos. Em 1861 a congregação saiu de New Park para outro prédio, o Tabernáculo Metropolitano, com capacidade para 6000 pessoas. Spurgeon seria pastor dessa congregação até sua morte em 1892 e os sermões impressos initerrrupitamente até 1917.

Esse sermão foi traduzido das anotações que foram reunidas na “Autobiografia” que foi editada por Spurgeon num primeiro momento, e após sua morte, por sua esposa Susannah e seu secretário particular. É um sermão histórico considerando ser o primeiro que ele pregou em Londres na igreja que seria o epicentro de seu ministério que o Senhor usou para abençoar muitos em seus dias e até hoje por meio das pregações impressas. É um sermão bem curto comparado aos demais provavelmente por ser um resumo feito a partir de anotações e não por ter sido um sermão taquigrafado ao vivo, como seria os outros sermões após 1855.

 

O Pai das Luzes

PRIMEIRO sermão pregado por

Charles Haddon Spurgeon

Na capela Batista de New Park Street, em Londres

No Domingo de manhã do dia 18 de dezembro de 1853

 

“Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação, ou sombra de mudança”. Tiago 1:17 (versão Revista e atualizada)

 

Algumas áreas da ciência e alguns temas de estudo são inesgotáveis para nós. Talvez encontremos nelas tópicos para instrução, investigação e assombros maravilhosos. Se pudéssemos descer às profundezas da terra com o geólogo e trazer à superfície esqueletos de monstros extintos há muitas eras, ou observar os sinais das grandes convulsões e estudar as antigas e novas formações das camadas da Terra, ou se pudéssemos subir no pináculo com o astrônomo e tentar medir os céus e contar as estrelas, ficaríamos perdidos em nossas novas descobertas.

O mesmo pode ser dito de todas as ciências naturais. Qualquer que seja o objeto de seu estudo, não parece possível que o homem seja capaz de dizer no final: “Eu não tenho nada mais a aprender; sou conhecedor de tudo.”

Mas se um dia acontecer de nos tornamos tão bem informados que nada ficasse desconhecido –  a natureza e seus mistérios, os céus, o mar e a terra, todos, perfeitamente compreendidos – ainda assim continuaria a existir um assunto sobre o qual os filhos dos homens poderiam meditar, discutir, refletir e ainda ser desconhecido em grande medida. Esse assunto é  DEUS, do qual, com humilde reverência, falo nesse momento. Que o Santo Espírito nos dê a sabedoria para ampliar nossas mentes e guiar nossos corações em um entendimento da parte da verdade que Lhe diz respeito, e que nos é revelada no texto de nossa consideração hoje!

Temos, aqui:

  1. UMA FIGURA MAJESTOSA.
  2. UM ATRIBUTO GLORIOSO.

III. UM GRATO RECONHECIMENTO.

  1. UMA FIGURA MAJESTOSA

Deus aqui é chamado de “o Pai das luzes”, comparando-O com o sol. É a mais pura verdade que este mundo inferior é o reflexo de um mundo superior. Nele, uma vez, a face de Deus pôde ser vista num lago transparente e límpido. O pecado, no entanto, bagunçou a superfície das águas, e o retrato Dele está quebrado e é visto apenas em pedaços. Todavia ainda há as peças — os destroços da imagem — e não as poremos à parte. Levantemos nossos olhos ao alto e contemplemos o único objeto que é digno de ser chamado de um emblema da Divindade. Cremos que podemos ver várias ideias expressas na figura usada em nosso texto pelo apóstolo.

  1. Independência, ou auto existência.

Deus é o único ser auto existente. O sol não é tão auto existente assim, mas ele é muito mais independente do que qualquer outro objeto que conhecemos. Todo o resto da natureza está continuamente pedindo empréstimos, por assim dizer; os legumes retiram seu sustento do solo, os animais deles mesmos, ou de outros; o homem supre-se de tudo. De fato, o homem é o maior mendigo no universo. A lua ilumina todas as noites com a luz do sol, e os planetas utilizam essa luz, vinda do sol, para resplandecerem. A mãe Terra é extremamente dependente do sol, apesar do orgulho de seus filhos. O que a Terra é além de um pequeno glóbulo dançando nos raios de sua majestosa órbita? O sol dá, mas não tira nada, concede a todos, mas não recebe de nenhum, inclina-se sobre todos, porém vive sozinho, em sua própria grandeza solene e gloriosa.

Assim é Deus, o grande EU SOU, que se assenta num trono próprio e não pede licença para ser. Todas as coisas são Dele e por Ele. Ele não precisa delas, e se todas elas fossem aniquiladas, isso não significaria prejudicá-lo em absolutamente nada. Ele poderia existir, como sempre existiu, sozinho. Ele tem em si mesmo tudo o que vale a pena ter. Nele, apoiam-se todas as coisas; Ele não se apoia em ninguém. Humildemente podemos falar sobre Ele, “quem a si mesmo se ilumina, quem conhece as profundezas, quem habita longe do olhar mortal, e compreende os anjos. Cujo sorriso têm, desde o princípio, preenchido todas as luzes que cortam seus feixes pelo céu. Mas deve Ele esconder o rosto do atônito sol e de todas as estrelas até que o caos venha novamente”.

  1. Sublimidade e Grandeza são outras ideias sugeridas pela figura no texto.

O sol é uma das mais magníficas coisas criadas; quando ele se mostra, a lua e as estrelas escondem suas faces. Visto de qualquer parte do seu curso, ele é um objeto grande. Quando primeiro ele tinge o céu Oriental com os faróis de sua subida, quando ele se senta serenamente no meio do céu ao meio-dia, ou quando ele se aposenta em esplendor no entardecer, grandeza é sempre uma de suas características. Ele é demasiadamente brilhante para os nossos olhos o contemplarem, apesar de estarmos em uma distância tão grande dele.

Muito mais sublime é Deus. Quem pode descrevê-lo? Seus servos angelicais são gloriosos, o chão estrelado do seu trono é glorioso; como Ele é?

“Por mais que estiquemos nossa imaginação,

Em admiração ficaríamos[1]

Bem fazem os anjos ao cobrirem com véu seus rostos, pois até seus olhos não podem suportar Seu brilho. Nenhum homem pode vê-lo. Suas costas foi tudo o que Moisés viu. Mesmo que tomássemos emprestado os olhos e as asas da águia, e voássemos até a glória celestial; e tentássemos isso uma e outra vez, perceberíamos finalmente que o homem não pode ver Deus. Nuvens e escuridão estão em Sua volta, e Dele mesmo pode ter dito, “escuridão com excessivo brilho faz com que Tuas luzes apareçam.”

  1. Poder também parece uma ideia proeminente nesta expressão do Apóstolo: “O Pai das luzes”.

O sol é como um gigante saindo de seu aposento; e, como um homem forte, ele se alegra em correr sua corrida. Ele arrasta o sistema solar inteiro em seu trajeto majestoso, e ninguém pode se opor a ele. Como poderosamente ele mantém seu curso!

Assim também é nosso Deus glorioso em Seu poder. Ninguém sabe o tamanho do Seu poder; é infinito. Ele fala, e Sua palavra é o próprio poder. Ele decide, e sua vontade é onipotente. Quem pode frustrar Seus propósitos?

A natureza pode frustrá-Lo? Não, as colinas derretem como cera na presença do Senhor. Elas saltam perante Ele como carneiros. Pelo Seu poder, as águas são divididas; o fogo não queima Seus servos; bestas selvagens são domadas. Ele levantou o dedo e veio o dilúvio sobre a terra durante quarenta dias, e as águas cresceram e levantaram a arca e ela se elevou por cima da terra com Noé e sua família. Em vão poderiam montanhas, estrelas e todos os elementos da terra guerrilharem contra Ele. Quem pode vencê-Lo em batalha? Será o homem? Não. Ele conta todos os homens, mas são como uma gota num balde. Aquele que está assentado no céu tem seus inimigos em escárnio. Os demônios no inferno devem resistir-lhe? Não. Uma vez eles caíram da beirada do céu, é em vão o seu rugido. Satanás está acorrentado e é levado acorrentado em espetáculo. Ele é escravo de Deus, e involuntariamente obedece seu Mestre. Ó amados, Deus é aqui revelado para nós! Ponha este pensamento debaixo do teu travesseiro, e quando os problemas surgirem, use-o e tenham boa noite de sono, pois Seu poder protegê-los-ão de todo o mal!

  1. Beneficência parece ser também uma das ideias principais do texto.

O sol é absolutamente necessário para o nosso ser; não haveria luz, nem calor, nem vida, nem chuva, nem nada sem ele. É necessário também para o nosso bem-estar; o sol é de fato o grande filantropo, ele visita toda a terra, e dá livremente a todos, tanto para o camponês, como para o príncipe. Pode-se amaldiçoá-lo, ou abençoá-lo, e ele é o mesmo, ele não recusa a luz dele nem ao criminoso.

Assim também é Deus, o bom, o muito bom. Se Ele ocultasse Sua face, o céu não seria o céu. Sem Deus, o universo todo seria um vale de ossos secos, uma horrível casa de horrores, uma horrível tumba. Ah, como é bom nosso Deus! Ele não restringe Suas misericórdias para nenhuma raça; os bárbaros dos lugares mais distantes são bem-vindos ao Seu amor como qualquer um de nós. O pecador recebe Sua graça e perde sua antiga natureza maligna. Ele a oferece aos pecadores e aos ingratos; e se os homens não fossem por natureza cegos, eles veriam através da Sua luz que o defeito é neles e não Nele.

A luz do sol que brilhou no meu berço brilhará no meu leito de morte e lançará um brilho em meu túmulo. Então Deus, o Beneficente e Clemente, revele nosso caminho com a luz do sol. A terra é como um sepulcro triste sem Ele, mas com Ele, é leve e alegre, como um terraço numa casa, ainda mais feliz.

  1. UM ATRIBUTO GLORIOSO

O apóstolo, tendo assim introduzido o sol como uma figura para representar o Pai das luzes, percebendo que não comportava toda a semelhança do Deus invisível, parece – constrangido e para corrigir tal observação – comentar que, ao contrário do sol, nosso Pai não tem desvio nem inconstância.

O sol tem variações, pois ele se levanta em um momento diferente a cada dia, e ele se põe em várias horas ao longo do ano. Ele se move para outras partes dos céus. Ele está nublado, eclipsado, e até mesmo sofre uma diminuição da luz de algum declínio misterioso do éter luminífero que o rodeia. Ele tem desvios. Ele gira sua carruagem para o Sul, até que, no solstício, Deus o impede de reverter suas rédeas, e então ele nos visita mais uma vez. Contudo Deus é superior a todas as figuras ou emblemas. Ele é imutável. O sol muda, as montanhas caem, o oceano seca, as estrelas desaparecem da abóbada da noite; mas Deus, e só Deus, permanece sempre igual.

Se eu entrasse em um discurso completo sobre o assunto da imutabilidade, meu tempo, multiplicado por um número elevado, me falharia. Mas lembrando que não há nenhuma mudança em Seu poder, justiça, conhecimento, juramento, ameaça ou decreto, vou limitar-me ao fato de que Seu amor para nós não conhece variação. Com que frequência é chamado de amor imutável e eterno! Ele me ama agora tanto quanto Ele amou quando primeiro inscreveu meu nome em Seu eterno livro de eleitos. Ele não se arrependeu de Sua escolha. Ele não apagou nem um dos seus escolhidos. Não há rasuras nesse livro, e todos cujos nomes estão escritos nele estão seguros para sempre.

Nem Deus me ama menos agora do que quando Ele deu a grande prova de amor, Seu Filho, Jesus Cristo, para morrer por mim. Mesmo agora, Ele me ama com a mesma intensidade de quando Ele derramou suas taças de justiça sobre Seu amado para salvar nós vermes rebeldes. Todos nós temos momentos em que consideramos de amor especial, quando Sua luz brilha ao nosso redor, e nós esperamos à luz de Seu rosto sorridente, mas não suponhamos que Ele realmente nos amasse mais do que agora. Ah não! Ele então revelou Seu amor de uma maneira agradável à carne e ao sangue, mas as provas são igualmente provas de Seu amor. Na luta com Apolião no Vale da Humilhação, no Vale da Sombra da Morte ou nas Feiras de Vaidades[2], ele será sempre o mesmo, e não nos amará mais nem menos do que quando cantamos com vozes angelicais as canções do Céu.

A morte, às vezes, na perspectiva humana, é muito penosa para a carne e o sangue, mas se essa verdade do amor imutável de Deus fosse bem lembrada, a morte não seria um julgamento para nós, como foi para muitos. Devemos saber que Aquele que ajudou Jacó a encolher seus pés e morrer; Aquele que permitiu a Davi dizer: “Não está assim com Deus a minha casa? Pois estabeleceu comigo uma aliança eterna, em tudo bem definida e segura. Não me fará ele prosperar toda a minha salvação e todo a minha esperança?” (2 Samuel 23.5), e aquele que permitiu que Estêvão adormecesse em meio a uma chuva de pedras, será o libertador de todos os que confiam Nele. Durante a eternidade, não haverá lágrimas, nem um suspiro de contendas, mas a mesma unidade ininterrupta e abençoada prevalecerá para sempre, e Deus continuará a conferir-nos o Seu amor imutável. Graças a Ele por nos amar tanto!

  • UM GRATO RECONHECIMENTO

O apóstolo, tendo introduzido Deus como o Pai das luzes e qualificado a figura, agora passa a atribuir todos os bons presentes a Ele: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação, ou sombra de mudança” (Tiago 1.17). Parece perfeitamente razoável que, ao nascer do sol, a natureza o receba com uma canção, e não é mais razoável que, em nome do Pai das luzes, devemos levantar uma música? Os anjos podem cantar no céu, e Adão poderia ter rimado no Paraíso, e todo cristão sente vontade de confessar e cantar também por Suas dádivas.

Desde a queda, este versículo teve uma ênfase adicional de significado, pois em nós, por natureza, não há coisa boa, e por nosso pecado perdemos todos os direitos a qualquer favor de Deus. Nossos dons naturais, como a beleza, a eloquência, a saúde, a vida e a felicidade, provem Dele igualmente. Não temos nada que não tenhamos recebido. A Terra um dia ressoará esta música emocionada pelo infinito, e o céu deverá se juntar ao coro, o caos e a noite gritarão em voz alta, e mesmo a voz involuntária do inferno grunhirá um reconhecimento do fato de que “toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação, ou sombra de mudança”.  Eu consegui meu objetivo se, você comigo, em seu coração dizer, à contemplação de Jeová: “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como foi no princípio, é agora, e sempre será, para toda eternidade! Amém”.

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FONTE: Traduzido de https://archive.org/stream/spurgeonsautobio01spuruoft/spurgeonsautobio01spuruoft_djvu.txt  

Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio

 

Tradução: Moira Maxwell Penna

Revisão: Plábyo Geanine
Capa: Armando Marcos

 

 

 

 

[1] To Our Redeemer’s Glorious Name” – Hino Luterano, por Anne Steele, 1716-1778

[2] Referência de personagem do livro “O Peregrino” de John Bunyan