A Ascensão de Jesus – Kevin DeYoung

Kevin DeYoung

De tempos em tempos, faço novas entradas nesta série contínua chamada “Cartilha Teológica”. A ideia é apresentar grandes conceitos teológicos em cerca de 500 palavras. Hoje vamos olhar para a ascensão, pois dia 21 de maio de 2020 foi Dia da Ascensão no calendário da igreja (o 40º dia da Páscoa), e o próximo Dia do Senhor é o Domingo da Ascensão.

Tendo triunfado sobre a morte e o diabo em sua ressurreição, Cristo ascendeu ao céu localmente, visivelmente e corporalmente – localmente pois ele espacialmente deixou a terra abaixo para o céu acima, visivelmente pois os discípulos viram com seus próprios olhos (como um evento público) que Ele se afastou deles, e corporalmente, porque a carne física do Filho de Deus não está mais conosco na terra.

Podemos pensar no estado de exaltação de Cristo (em oposição ao seu estado de humilhação) como consistindo em quatro eventos, cada parte acompanhando uma frase no Credo dos Apóstolos: ressurreição (Ele ressuscitou dos mortos), ascensão (Ele subiu ao céu), assentamento (e está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso) e retorno físico (dali Ele virá para julgar os vivos e os mortos).

A ascensão é mais proeminente nas Escrituras do que podemos imaginar. Lucas descreve a ascensão com mais detalhes, primeiro em seu Evangelho (Lucas 24: 50-53) e depois em Atos (Atos 1: 9-11). O sermão de Pedro no Pentecostes é, em parte, sobre a ascensão e entronização de Cristo (Atos 2: 32-36).

Da mesma forma, o Evangelho de João está cheio de referências à ascensão do Filho do Homem (João 3:13, 6:62) e à importância de Jesus retornar ao Pai (João 14: 2-3; 16: 5). A ascensão não é simplesmente como Jesus chega ao céu, é mais uma realização e vindicação do triunfo da ressurreição (João 16: 5; 20:17).

Não é de admirar que a ascensão seja destacada em todo o Novo Testamento como um precursor necessário para a doação de dons messiânicos (Ef 4: 8-10), para a intercessão de nosso Sumo Sacerdote (Heb. 4 14-16) e para sujeição de todas as coisas aos pés de Cristo (1 Pedro 3:22).

O que, então, a ascensão, tão frequentemente negligenciada, significa para nós?

Primeiro, a ascensão significa que temos um advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo (1 João 2: 1; Rom. 8:34).

Segundo, a ascensão significa que o povo de Deus já está, de certa forma, no céu. Pensamos nas coisas que estão no alto, porque nossas vidas estão ocultas com Cristo, que habita no alto (Colossenses 3: 2-3).

Terceiro, a ascensão significa que podemos receber o dom do Espírito Santo. Uma vez ascendido ao céu, Jesus enviou outro Ajudante (João 14:16; 16: 7) para nos dar poder do alto e estar conosco para sempre.

Quarto, a ascensão significa que a carne humana está entronizada no céu. Deus concedeu todo poder e autoridade a um homem (Mt 28:19; Ef 1: 21-22). Jesus Cristo está exercendo o domínio que os seres humanos foram criados para ter desde o princípio (Gênesis 1:28). A ruína do primeiro Adão está sendo desfeita pelo reinado do segundo.

Por causa da ascensão de Cristo, sabemos que a ressurreição é real, a encarnação continua, a humanidade de Cristo vive no céu, o Espírito de Jesus pode viver em nossos corações, e um ser humano divino de carne e sangue governa o universo.

FONTE: https://www.thegospelcoalition.org/blogs/kevin-deyoung/theological-primer-the-ascension/